Expectativas de Mercado – 01/10/2021

O mercado financeiro continua apostando em mais pressões inflacionárias até o final deste ano. Segundo o Boletim FOCUS, divulgado hoje mais cedo pelo Banco Central, a média dos economistas consultados estima que a inflação oficial do governo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), deverá encerrar o ano com alta de 8,51%. Há quatro semanas o documento apresentava alta para a inflação de 7,58%. O mercado eleva a projeção para alta do IPCA há 26 semanas consecutivas, e somam 135 respondentes.

A expectativa para a alta da inflação dos preços administrados IPCA[1] é de 13,57% em 2021.

Em 2022, a estimativa para o IPCA é de alta de 4,14% e 3,25% para 2023.

De acordo com o documento, o IPCA do mês de setembro deverá ser de 1,14%, de outubro 0,55%, e a de novembro de 0,40%.

A projeção para 2021 segue bem acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) de 2021, de 5,25%. A meta de 2022 é de 3,50% e para 2023 é de 3,25%.

Com relação a inflação medida pelo IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado, a alta projetada pelo mercado continua indicando perda de força quando comparada com as coletas das semanas anteriores. A projeção para o IGP-M, desta semana, deste ano ficou em 17,67%, contra 18,18% da última coleta.

Um dos fatores que continua contribuindo com essa expectativa leva em conta a alta da energia elétrica[2], já que o cenário hidrológico segue bastante adverso, com os reservatórios na mínima histórica, mesmo durante o “período chuvoso”. Atualmente, nos encontramos em “bandeira vermelha I” e este cenário contempla “bandeira vermelha II” entre junho e outubro, voltando para o nível “vermelho I” em novembro e “amarelo” a partir de dezembro.

Para o juro básico da economia, a SELIC, o mercado manteve 8,25% ao ano até o final de 2021. As projeções foram mantidas em todos os anos disponíveis no documento (21,22,23 e 24).

Para os agentes consultados pelo BC, a taxa do dólar norte-americano este ano fechará aos R$ 5,20 e para 2022 continua sendo de R$ 5,20/US$ 1,00, pela terceira semana consecutiva.

Com relação ao crescimento econômico para este ano, os economistas apontam para um avanço de 5,04%, sem alterações com relação a pesquisa anterior, portanto. Para 2022, as expectativas também foram mantidas, à 1,63%.


[1] No Brasil, o termo “preços administrados” refere-se aos preços insensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Exemplos de bens e serviços cujos preços são administrados para os consumidores são serviços telefônicos, energia elétrica, gasolina, plano de saúde, ônibus urbano e interestadual e metrô.

Atualmente, os preços de 23 bens e serviços na cesta do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo, o índice oficial de inflação do sistema de metas) são considerados administrados. Esses bens e serviços são produzidos por empresas públicas ou são regulados por agências reguladoras, que determinam um percentual máximo de reajuste a cada ano. Na composição dos preços administrados, cabe destacar o importante peso do preço de gasolina, transporte público urbano (metrô e ônibus), medicamentos e plano de saúde. Os preços administrados respondem por pouco menos de 23% do IPCA total.

[2] Desde 2015, as contas de energia passaram a considerar o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que são divididas entre verde, amarela, vermelha (patamar I e patamar II) e sinalizam se haverá acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

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