Expectativas de Mercado – 08/11/2021

De acordo com a pesquisa mais recente do Banco Central, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) deverá fechar o ano com alta de 9,33%.  No boletim FOCUS divulgado hoje os economistas pioraram as estimativas para a inflação deste ano, que já influencia as projeções para os próximos anos. O mercado financeiro continua apostando em mais pressões inflacionárias nos próximos anos e agora projetam alta de 4,63% para o IPCA de 2022 e 4,40% para 2027. Para o IPCA de outubro o mercado aposta uma alta de 1%, vindo de 0,89% da semana passada.

A expectativa para a alta da inflação dos preços administrados IPCA[1] é de 15,29% em 2021.

A projeção para 2021 segue bem acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) de 2021, de 5,25%. A meta de 2022 é de 3,50% e para 2023 é de 3,25%.

Com relação a inflação medida pelo IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado, a alta projetada pelo mercado voltou a ganhar força. A projeção para o IGP-M, desta semana, deste ano ficou em 18,40%, contra 18,28% da última coleta.

Um dos fatores que continua contribuindo com essa expectativa leva em conta a alta da energia elétrica[2], já que o cenário hidrológico segue bastante adverso, com os reservatórios na mínima histórica, mesmo durante o “período chuvoso”. Atualmente, nos encontramos em “bandeira vermelha I” e este cenário contempla “bandeira vermelha II” entre junho e outubro, voltando para o nível “vermelho I” em novembro e “amarelo” a partir de dezembro.

Para o juro básico da economia, a SELIC, o mercado manteve a expectativa de 9,25% ao ano até o final de 2021. Para os anos 2022, 2023 e 2024, as apostas foram elevadas à 11,00%, 7,50% e 7,00%, respectivamente.

Para os agentes consultados pelo BC, a taxa do dólar norte-americano este ano fechará aos R$ 5,50 e para 2022 também de R$ 5,50/US$ 1,00.

Com relação ao crescimento econômico para este ano, os economistas apontam para um avanço de 4,93%, que é uma leve queda com relação a pesquisa anterior (4,94%). Para 2022, as expectativas também foram reduzidas, à 1,00%.


[1] No Brasil, o termo “preços administrados” refere-se aos preços insensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Exemplos de bens e serviços cujos preços são administrados para os consumidores são serviços telefônicos, energia elétrica, gasolina, plano de saúde, ônibus urbano e interestadual e metrô.

Atualmente, os preços de 23 bens e serviços na cesta do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo, o índice oficial de inflação do sistema de metas) são considerados administrados. Esses bens e serviços são produzidos por empresas públicas ou são regulados por agências reguladoras, que determinam um percentual máximo de reajuste a cada ano. Na composição dos preços administrados, cabe destacar o importante peso do preço de gasolina, transporte público urbano (metrô e ônibus), medicamentos e plano de saúde. Os preços administrados respondem por pouco menos de 23% do IPCA total.

[2] Desde 2015, as contas de energia passaram a considerar o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que são divididas entre verde, amarela, vermelha (patamar I e patamar II) e sinalizam se haverá acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

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