Expectativas de Mercado – 13/08/2021

Expectativas de Mercado – 13/08/2021

Deixe um comentário / Boletim Focus / Por Pery

Embora Banco Central tenha elevado a taxa básica de juros, a Selic, de maneira mais “tempestiva” e ter sido mais firme na Ata, as revisões para a inflação oficial do governo continuam em alta: na coleta da semana passada, e divulgado hoje, a mediana do IPCA – Índice de Preço ao Consumidor Amplo, subiu para 7,05% em 2021 e 3,9% em 2022. No entanto, dados mais fracos na China podem contribuir com queda nas commodities.

A produção fabril da China e o crescimento das vendas no varejo desaceleraram drasticamente e não cumpriram as expectativas em julho, com novos surtos de covid-19 e inundações interrompendo as operações comerciais, adicionando sinais de que a recuperação econômica está perdendo ímpeto. A produção industrial na segunda maior economia do mundo aumentou 6,4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2020, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). Os analistas esperavam que a produção aumentasse 7,8%, após crescer 8,3% em junho. As vendas no varejo aumentaram 8,5% em julho em relação ao ano anterior, ante uma alta de 12,1% em junho na base anual. A previsão dos analistas era de aumento de 11,5%. Os dados do início deste mês também mostraram o crescimento das exportações, que tem sido um dos principais impulsionadores da recuperação impressionante da China após a confirmação da pandemia de covid-19 no início de 2020, desacelerando inesperadamente em julho, informa o Valor.

Para a inflação medida pelo IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado, a alta projetada pelo mercado ficou em 19,49%. A expectativa para a alta da inflação dos preços administrados[1] ficou em 111% em 2021.

Um dos fatores que continuam contribuindo com essa expectativa leva em conta a alta da energia elétrica[2], já que o cenário hidrológico segue bastante adverso, com os reservatórios na mínima histórica, mesmo durante o “período chuvoso”. Atualmente, nos encontramos em “bandeira vermelha I” e este cenário contempla “bandeira vermelha II” entre junho e outubro, voltando para o nível “vermelho I” em novembro e “amarelo” a partir de dezembro.

O COPOM elevou a taxa básica de juros à 5,25 % ao ano no último dia 4, e deverá elevar à 7,50% ao ano até o fim deste ano. É o que aponta esta coleta. De acordo com o documento, a partir de 2023 a SELIC volta aos 6,50% ao ano.

Para o Banco Safra projeção do crescimento do PIB de 2022 foi reduzida de 1,8% para 1,4%, e estima Selic a 7,50% ao ano no fim do ciclo. O Safra também aumentou a projeção do dólar no fim de 2021, de R$ 5,10 para R$ 5,35; no fim de 2022, de R$ 5,20 para R$ 5,45.

Para os agentes consultados pelo BC, a taxa do dólar norte-americano este ano fechará aos R$ 5,10 e para 2022 também continua sendo de R$ 5,20/US$ 1,00.

Com relação ao crescimento econômico para este ano, os economistas apontam para um avanço de 5,28%, ante 5,30% da coleta passada. Para 2022, as expectativas foram reduzidas à 2,04%.

Por fim, o crescimento da produção industrial ficou em 6,43% para este ano e 2,20% para o próximo.


[1] No Brasil, o termo “preços administrados” refere-se aos preços insensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Exemplos de bens e serviços cujos preços são administrados para os consumidores são serviços telefônicos, energia elétrica, gasolina, plano de saúde, ônibus urbano e interestadual e metrô.

Atualmente, os preços de 23 bens e serviços na cesta do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo, o índice oficial de inflação do sistema de metas) são considerados administrados. Esses bens e serviços são produzidos por empresas públicas ou são regulados por agências reguladoras, que determinam um percentual máximo de reajuste a cada ano. Na composição dos preços administrados, cabe destacar o importante peso do preço de gasolina, transporte público urbano (metrô e ônibus), medicamentos e plano de saúde. Os preços administrados respondem por pouco menos de 23% do IPCA total.

[2] Desde 2015, as contas de energia passaram a considerar o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que são divididas entre verde, amarela, vermelha (patamar I e patamar II) e sinalizam se haverá acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Enviar mensagem!