Expectativas de Mercado – 20/08/2021

Na rodada da pesquisa FOCUS coletada na semana passada e divulgada hoje mais cedo pelo Banco Central mostra que os agentes econômicos estimam mais pressão inflacionaria até o final do ano.

De acordo com o documento, o mercado agora projeta alta de 7,11% para a inflação medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, neste ano. Há quatro semanas as apostas eram de alta de 6,56%. Para o ano que vem, a pressão deve continuar, com alta de 3,93%

Para a inflação medida pelo IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado, a alta projetada pelo mercado ficou em 19,52%, de 19,48% da semana passada. A expectativa para a alta da inflação dos preços administrados[1] ficou em 11% em 2021.

Um dos fatores que continua contribuindo com essa expectativa leva em conta a alta da energia elétrica[2], já que o cenário hidrológico segue bastante adverso, com os reservatórios na mínima histórica, mesmo durante o “período chuvoso”. Atualmente, nos encontramos em “bandeira vermelha I” e este cenário contempla “bandeira vermelha II” entre junho e outubro, voltando para o nível “vermelho I” em novembro e “amarelo” a partir de dezembro.

Para a SELIC, o mercado continua apostando em alta de 2,25% até o final do ano, fechando aos 7,50% ao ano. A partir de 2023 a Selic deverá ser reduzida à 6,50% ao ano.

Para os agentes consultados pelo BC, a taxa do dólar norte-americano este ano fechará aos R$ 5,10 e para 2022 também continua sendo de R$ 5,20/US$ 1,00.

Com relação ao crescimento econômico para este ano, os economistas apontam para um avanço de 5,27%, ante 5,28% da coleta passada. Para 2022, as expectativas foram reduzidas à 2%.

Por fim, o crescimento da produção industrial ficou em 6,40% para este ano e 2,20% para o próximo.


[1] No Brasil, o termo “preços administrados” refere-se aos preços insensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Exemplos de bens e serviços cujos preços são administrados para os consumidores são serviços telefônicos, energia elétrica, gasolina, plano de saúde, ônibus urbano e interestadual e metrô.

Atualmente, os preços de 23 bens e serviços na cesta do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo, o índice oficial de inflação do sistema de metas) são considerados administrados. Esses bens e serviços são produzidos por empresas públicas ou são regulados por agências reguladoras, que determinam um percentual máximo de reajuste a cada ano. Na composição dos preços administrados, cabe destacar o importante peso do preço de gasolina, transporte público urbano (metrô e ônibus), medicamentos e plano de saúde. Os preços administrados respondem por pouco menos de 23% do IPCA total.

[2] Desde 2015, as contas de energia passaram a considerar o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que são divididas entre verde, amarela, vermelha (patamar I e patamar II) e sinalizam se haverá acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

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